terça-feira, 11 de outubro de 2011

12 de outubro - NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO APARECIDA

Apresentaremos o Histórico e o Hino do Ofício das Leituras próprios da Solenidade de Nossa Senhora da Conceição Aparecida. Vale a pena relembrar a história da padroeira do nosso país, e rezarmos como filhos que confiam na Mãe de Deus e Nossa, a Senhora Aparecida:



Na segunda quinzena de outubro de 1717, três pescadores, Filipe Pedroso, Domingos Garcia e João Alves, ao lançarem sua rede para pescar nas águas do Rio Paraíba, colheram a Imagem de Nossa Senhora da Conceição, no lugar denominado Porto do Itaguassu.



Filipe Pedroso levou-a para sua casa conservando-a consigo até 1732, quando a entregou a seu filho Atanásio Pedroso. Este construiu um pequeno oratório onde colocou a Imagem da Virgem que ali permaneceu até 1743. Todos os sábados, a vizinhança reunia-se no pequeno oratório para rezar o terço. Devido à ocorrência de milagres, a devoção a Nossa Senhora começou a se divulgar, com o nome dado pelo povo de Nossa Senhora Aparecida.
A 26 de julho de 1745 foi inaugurada a primeira Capela. Como esta, com o passar dos anos, não comportasse mais o número de devotos, iniciou-se em 1842 a construção de um novo templo inaugurado a 8 de dezembro de 1888. Em 1893, o Bispo diocesano de São Paulo, Dom Lino Deodato Rodrigues de Carvalho, elevou-o à dignidade de “Episcopal Santuário de Nossa Senhora da Conceição Aparecida”.


A 8 de setembro de 1904, por ordem do Papa Pio X, a Imagem milagrosa foi solenemente coroada, e a 29 de abril de 1908 foi concedido ao Santuário o título de Basílica menor. O Papa Pio XI declarou e proclamou Nossa Senhora Aparecida Padroeira do Brasil a 16 de julho de 1930, “para promover o bem espiritual dos fiéis e aumentar cada vez mais a devoção à Imaculada Mãe de Deus”. A 5 de março de 1967 o Papa Paulo VI ofereceu a “Rosa de Ouro” à Basílica de Aparecida. Em 1952 iniciou-se a construção da nova Basílica Nacional de Nossa Senhora Aparecida, solenemente dedicada pelo Papa João Paulo II a 4 de julho de 1980.

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Ó mãe da nossa pátria,
escuta a nossa voz:
teus olhos compassivos
se voltam para nós.

Do teu amor materno
já temos a certeza,
porque te trouxe a nós
do rio a correnteza.


E todo o povo acorre,
de joelhos te venera:
sob o teu manto azul
ninguém se desespera.

Tu és nosso socorro
em nossas aflições;
guarda junto do teu
os nossos corações.

Ó Virgem sempre bela,
ó luz do céu descida,
sempre a guiar teus filhos,
Senhora Aparecida.

Louvor e honra ao Filho
que pela Virgem vem;
no Espírito és o brilho
do Pai eterno. Amém.





 

terça-feira, 4 de outubro de 2011

A vida de São Benedito


Apresentaremos aqui a vida de São Benedito. Não deixe de ler todo o texto para saber mais sobre este santo tão querido, que hoje, tanto tempo depois de sua morte, muito nos ensina a viver de acordo com ensinamento de Nosso Senhor Jesus Cristo.



Do nascimento à entrada na Ordem dos Eremitas
Benedito, Filho de Cristovão Manasseri e Diana Larcan, nasceu na Sicília no ano de 1526 (1524 segundo alguns historiadores). Era descendente de escravos trazidos da Etiópia para Itália.
 Sua mãe era muito devota do Santíssimo Sacramento e possuía extrema caridade para com os pobres. Seu pai, Cristovão, era bastante piedoso, muito dedicado a Deus e também ao trabalho.
Ao se casarem, seus pais fizeram um voto de castidade. O patrão deles foi quem os convenceu de gerarem filhos, com a promessa de que seu primeiro filho (e possivelmente também os demais) seria livre. Assim nasce Benedito, menino que desde pequeno despertava atenção em quem o observava, pois seu semblante era sereno e belo. Seus pais tiverem ainda outros filhos: Marcos, Baldassara e Fradella.
Benedito cresce de maneira muito humilde, sem estudos, porém não sem adquirir enorme sabedoria, que desde cedo aprendera de seus pais. Durante sua juventude, Benedito foi um zeloso pastor de ovelhas. Durante todo o tempo que exerceu este ofício, ele rezava o Santo Rosário com muita devoção enquanto pastoreava seu rebanho.
Quando tinha dezoito anos, após longo tempo de sacrifícios, Benedito conseguiu a quantia necessária para comprar uma junta de bois. Esta foi uma excelente oportunidade de arrecadar algum dinheiro para prestar sua ajuda aos pobres.
Certa vez, enquanto cuidava de seu rebanho, Benedito sofria zombarias por parte de alguns rapazes por causa de sua cor negra. Naquele mesmo momento, Frei Jerônimo Lanza, um piedoso eremita, viu aquela cena e repreendeu os rapazes exclamando: "Ah! hoje fazeis caçoadas e ridicularizais este pobre negrinho. Mas daqui a poucos anos vereis a sua fama correr todo o mundo!".


Pouco tempo depois, Frei Jerônimo Lanza passava novamente por aquela região e disse a Benedito: "Que fazes aqui? Vamos! Vende estes bois e vem comigo". Animado com o convite do religioso e disposto, já há muito tempo a doar-se totalmente a Nosso Senhor, Benedito deixa tudo o que possuía e ingressa na Ordem dos Irmãos Eremitas Franciscanos. Seus pais, tão piedosos que eram, não ousaram nem mesmo questionar a decisão de seu filho, não obstante a necessidade que tinham de que ele lhes ajudasse.

Vida Religiosa

Papa Júlio III
Conforme a autorização do Papa Júlio III, os eremitas professavam a Regra Franciscana. Todavia, além dos votos de pobreza, obediência e castidade, os eremitas possuíam ainda um 4º voto: o de vida quaresmal, segundo o qual jejuavam três vezes por semana, e levavam uma vida muito rigorosa. Após um período sem saber onde se instalariam, os eremitas estabelecem-se junto ao Monte Pellegrino, onde Frei Jerônimo iria falecer.



O Papa Pio VI, em 1562, cancelou a licença do Papa Júlio III à Ordem dos Eremitas, e ordenou que os eremitas procurassem algum convento da Ordem Primeira Franciscana.
Não sabendo em qual convento ingressar, Benedito recolhe-se em oração diante de Nossa Senhora, na Catedral de Palermo, e pede-lhe entre lágrimas, que lhe indique o caminho a seguir. Durante sua oração, ouviu a Virgem que lhe dizia: "Meu filho, é vontade de Deus que entres para a Ordem dos Frades Menores Reformados". Mais do que depressa, Benedito procura Frei Arcângelo de Scieli, guardião do Convento de Santa Maria de Jesus, por quem foi muito bem acolhido.
Catedral de Palermo atualmente

Poucos dias depois, os superiores decidem enviar Benedito ao Convento de Sant’Ana di Giuliana, onde faria um novo noviciado, pois embora fosse religioso há muito tempos, este ramo Franciscano era bem diferente do ramo eremita.

Três anos depois, seus superiores o convidam para retornar ao Convento de Santa Maria de Jesus, onde ficaria até a morte. Ali, na mais intensa humildade, exercendo o ofício de cozinheiro, Benedito se destacaria pelos inúmeros prodígios que Deus realizaria por meio dele.

Os milagres de São Benedito

Surgem os peixes:
Certa vez, durante o rigoroso inverno da região, os frades já não tinham mais alimento no Convento, pois viviam de esmolas e, por causa do inverno, não podiam sair para pedir doações. Todos os frades já rezavam insistentemente, pedindo a Deus o “pão nosso de cada dia”. À noite, Frei Benedito pediu ao auxiliar de cozinha que lhe ajudasse a encher d’água muitas panelas da cozinha, e se foram deitar. No dia seguinte todos puderam observar o milagre: as panelas estavam cheias de grandes peixes. Assim, todos se fartaram dos peixes que surgiram no Convento.

Refeição para o arcebispo:
Era a Solenidade do Natal de Nosso Senhor, e o Arcebispo, como de costume, foi visitar o Convento de Santa Maria de Jesus. Frei Benedito, como já dissemos, era o responsável pela cozinha, e deveria preparar um maravilhoso banquete para o Arcebispo e para todos os frades.
Ao participar da Missa da Aurora, Benedito, logo após a comunhão, fica a observar o presépio, maravilhado diante do Mistério do Deus-Menino. Os irmãos cobram dele que prepare a refeição, pois logo após a missa Pontifical o almoço deveria ser servido. Para a surpresa de todos, Frei Benedito entra em profunda contemplação e ali permanece durante horas. Após a missa todos os frades se desesperam. Mas suas preocupações transformam-se em profundo louvor a Deus quando encontram dois rapazes (que eram anjos) terminando de preparar um delicioso banquete.
Alimentos se tornam rosas:
Frei Benedito sempre se demonstrou extremamente preocupado com aqueles que tinham menos do que ele para sobreviverem. Portanto ele retirava alguns alimentos do Convento e os levava escondidos para os pobres. Certa vez, enquanto fazia o mesmo ato de sempre, o Superior do Convento questionou a atitude suspeita de Benedito: “Que escondes embaixo de teu manto, irmão Benedito?” Frei Benedito respondeu: “São rosas, meu senhor!”. Quando abriu seu manto, Frei Benedito deixou cair maravilhosas rosas, que quebraram as suspeitas do superior.

Uma criança volta à vida:
Nas proximidades do Convento uma carroça tombou, fazendo com que uma das senhoras que estava na carroça caísse sobre uma criança de apenas cinco meses de idade: a criança morreu asfixiada. Frei Benedito correu ao encontro da criança, tomou-a nos seus braços, impôs-lhe as mãos e rezou com muita fé. Entregou a criança à sua mãe e mandou que amamentasse a criança. Ao aproximar a criança de seu seio, tamanha foi a alegria daquela mãe ao ver seu filho voltar à vida.
        
Superior do Convento
Embora não fosse sacerdote e fosse analfabeto, Frei Benedito foi eleito, em 1578, Superior do Convento. A princípio ele recusou o cargo. Todavia teve que aceitar por obediência a seus superiores. Assumiu este ofício com total dedicação, observando de forma mais rigorosa as regras da congregação.

Tanto confiava na Providência Divina, que Frei Benedito deu uma ordem para que jamais se recusassem esmolas aos pobres que pedissem ajuda. Frei Benedito, como superior do Convento, sempre foi o primeiro nas virtudes e na obediência. Ele possuía o Dom da Ciência Infusa, pois, sendo analfabeto, ensinava a muitos teólogos religiosos sobre questões referentes à fé e à ordem. Todos que o ouviam ficavam admirados. Frei Benedito possuía também o dom de penetrar os corações.
Ao terminar o tempo de sua função como superior do convento, Benedito retornou ao trabalho de cozinheiro, o que lhe deixou muito feliz.

Morte de Frei Benedito
Em fevereiro de 1589, Frei Benedito adoece. Seu médico já havia previsto sua morte, mas Benedito afirmava com toda certeza que ainda não havia chegado a sua hora. Sendo assim, o humilde Frei teve sua saúde restabelecida. Todavia, em março, adoeceu novamente. Nada o podia aliviar. Disse então aos seus irmãos frades: "enterrem logo o meu corpo para que não tenham contrariedade".
Após receber o Viático, Frei Benedito teve uma visão, onde lhe visitaram Santa Úrsula e as onze mil virgens. Logo depois, disse para que acendessem a vela e lhe pusesse nas mãos. Tendo chegado a hora derradeira, Frei Benedito parte desta vida para a eternidade dizendo: "Jesus! Jesus! Minha Mãe doce Maria! Meu pai São Francisco". Assim morre Frei Benedito, aos 4 de abril de 1589.

Corpo incorrupto de São Benedito - Palermo, Itália