terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Quarta Feira de Cinzas

Estamos as vésperas de um novo tempo litúrgico : a Quaresma.
A entrada para este tempo de penitencia é marcado pela Quarta Feira de Cinzas, dia em que somos chamados para um momento forte de transformação e renovação de vida.
Logo a baixo transponho um texto escrito pelo padre Roger Luis ( Canção Nova ) sobre esta data tão marcante...


" Quarta-feira de Cinzas na Igreja é um momento especial porque nos introduz precisamente no mistério quaresmal.
Uma das frases – no momentio da imposição das cinzas – serve de lembrete para nós: 'Lembra-te que do pó viestes e ao pó, hás de retornar.' A cinza quer demonstrar justamente isso; viemos do pó, viemos da cinza e voltaremos para lá, mas, precisamos estar com os nossos corações preparados, com a nossa alma preparada para Deus.
A Quarta-feira de Cinzas leva-nos a visualizar a Quaresma, exatamente para que busquemos a conversão, busquemos o Senhor. A liturgia do tempo quaresmal mostra-nos a esmola, a oração e o jejum como o princípios da Quaresma.
A própria Quarta-feira de Cinzas nos coloca dentro do mistério. É um tempo de muita conversão, de muita oração, de arrependimento, um tempo de voltarmos para Deus.
Eu gosto muito de um texto do livro das Crônicas que diz: “Se meu povo, sobre o qual foi invocado o meu nome, se humilhar, se procurar minha face para orar, se renunciar ao seu mau procedimento, escutarei do alto dos céus e sanarei sua terra” (II Cr 7, 14).
A Quaresma é tempo conversão, tempo de silêncio, de penitência, de jejum e de oração.
Eu, padre Roger, pergunto para Deus: “Senhor, que queres que eu faça”? - mesma pergunta de São Francisco diante do crucifixo. Mas, geralmente, a minha penitência é ofertar algo de que eu gosto muito para Deus neste tempo quaresmal. Você, que fuma, por exemplo, deixe de fazê-lo na Quaresma. Tenho certeza de que após esse tempo quaresmal Deus o libertará do vício do cigarro. Você, que bebe, não beba, permitindo que o próprio Deus o leve à conversão pela penitência que você está fazendo. Talvez você precise fazer penitência da língua, da fofoca. Escolha uma coisa concreta e não algo que, de tão abstrato, não vai levá-lo a nada. Faça penitência de novela, você que as assiste. Tem de ser algo que o leve à conversão.  "




Que Deus abençoe e nos conceda uma santa Quaresma...


terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Estamos de volta, esperamos você...

Depois de umas longas férias o grupo de coroinhas vai retornar suas atividades normais dia 11 de fevereiro às 14h.
Contamos com a presença de todos os coroinhas do ano passado  para vim oferecer mais um ano de serviço a nosso Senhor Jesus Cristo. O encontro é aberto para todos os que se sentirem tocados para servir a Cristo nesse trabalho maravilhoso que é ser coroinha. Peço desde já que Deus abençoe nosso grupo e , pela intercessão de nossa santa mãe Maria e São Tarcísio, nos ilumine para fazermos sempre a vontade de Cristo em nossas vidas.

O ano passado passou cheio de alegrias. Não custa nada recordar cada momento feliz, cada pessoa maravilhosa que passou por nossas vidas e deixou suas marcas em nossos corações. Nada melhor que começar este ano agradecendo a todos os que se esforçaram o ano passado por nosso grupo.



Agradecemos especialmente aqui a Karin Cherobim pelos anos de dedicação ao grupo, por seus cuidados e esforços com os coroinhas e sua perspicácia mesmo nos momentos em que muitos desistiriam. Pedimos que sempre reze por nós, infelizmente agora não te teremos mais como coordenadora pois já decorreram 3 anos de esforço, mas sempre a teremos como amiga e colaboradora pois seu amor por nós não se resume a uma função, mas sim algo do fundo do coração. Que Deus te abençoe.
Agradecemos ao seminarista André Novaki por todo o seu empenho por esse grupo, pelas orações e esforços que foram extremamente significativos nesse tempo de trabalho. Seu exemplo de vida e dedicação animou a muitos e deu forças para esta família que é o nosso grupo permanecer unida em torno de Cristo. Que Deus sempre te ilumine e te guie para seguir esta vocação maravilhosa ao sacerdócio.
Em fim, agradecemos a todos os que se esforçaram por nosso Senhor como coroinha. Sua presença foi muito especial e importante para nós. Contamos com você neste novo ano para continuar nesse serviço tão bonito.
 

Aos novos que virão que sejam bem vindos e sintam-se acolhidos nessa família...

Na nova coordenação teremos o seminarista Raul Zancan.
Que esse ano seja todo entregue a providencia e amor de nosso Deus e que possamos viver a alegria de viver em Deus e a segurança de estarmos entregues à sua divina Providencia...

Que Deus nos abençoe sempre e Nossa Senhora e São Tarcísio não cessem de rogar por nós a Deus...

terça-feira, 1 de novembro de 2011

02 de novembro - Comemoração dos Fiéis Defuntos



“Também na cruz a grande angústia / da morte humana vós provastes / quando, inclinando a vossa fronte, / ao Pai o espírito entregastes.” (LH, Ofício dos fiéis defuntos)



No dia 02 de novembro, a Igreja celebra a Comemoração dos Fiéis Defuntos. Esta celebração teve início no ano de 998, quando Santo Odilon, abade do mosteiro de Cluny, determinou que este dia fosse o dia de oração pelos mortos para todos os seus monges. Como muitos outros mosteiros dependiam de Cluny, esta comemoração se propagou por quase toda a Europa. Em Roma a memória dos falecidos se tornou oficial em 1311. Em 1915, o Papa Bento XV estendeu esta celebração a toda a Igreja, tornando-a universal. Mas qual é o significado desta celebração tão preciosa à Igreja Católica?

Santo Odilon

Papa Bento XV

Ao longo da história da humanidade, notamos a preocupação humana em prestar o devido respeito aos familiares, amigos e companheiros já falecidos e, de maneira especial, em rezar por eles. Além disso, o homem, em praticamente todas as culturas, sempre se demonstrou inquieto diante do mistério da morte.

Já no Antigo Testamento, temos relatos sobre a oração pelos mortos: quando o Arcanjo Rafael diz a Tobit e seu filho que os assistia quando “orava e enterrava os mortos” (cf. Tb 12, 12ss) e quando Judas Macabeu manda oferecer um sacrifício pelos mortos (acreditando na ressurreição) para que fossem “livres de suas faltas” (cf. 2Mc 12, 43-46). Os relatos dos evangelistas também dão testemunho do ensinamento de Nosso Senhor Jesus Cristo sobre a crença na vida eterna e na ressurreição: quando discute com os saduceus sobre a ressurreição (cf. Mt 22, 23-33); quando discursa sobre o pão da vida (cf. Jo 6, 54); quando encontra Marta após a morte de seu irmão Lázaro (cf. Jo 11, 23-27), entre outras passagens. E inúmeras são as passagens do Novo Testamento que fazem menção à doutrina cristã da ressurreição.

Muitas religiões, e até mesmo algumas denominações cristãs pregam a existência tão somente do Juízo Final, negando a existência de um Juízo Particular, que se realiza logo após morte. Nesta concepção, ao morrermos, nossa vida não continuaria na eternidade, mas permaneceríamos à espera do Juízo que só se realizará no Fim dos Tempos. Tomemos muito cuidado, pois esta concepção da eternidade é contrária ao ensinamento de Jesus Cristo e dos Apóstolos. Pois é o próprio Jesus que no alto do Monte Calvário diz ao ladrão arrependido: “hoje estarás comigo no paraíso” (Lc 23, 43). Também o Apóstolo São Paulo afirma: “desejaria desprender-me (do seu corpo) para estar com Cristo” (Fl 1, 23); e ainda, que “vivos ou mortos, nos esforçamos por agradar-lhe” (2Cor 5, 9). Encontramos de maneira claríssima a confirmação da existência do Juízo Particular na Carta aos Hebreus (9, 27): “Como está determinado que os homens morram uma só vez, e logo em seguida vem o juízo”. Assim, com toda a autoridade que lhe foi confiada por Cristo Jesus, a Igreja afirma com toda a certeza, que logo após a morte cada um recebe a retribuição eterna em sua alma imortal por meio do Juízo Particular, pois “não existe reencarnação depois da morte” (Cat. 1013), e “a vida eterna é a que terá início logo depois da morte” (Comp. Cat. 207). Esta recompensa pode ser a condenação (inferno) ou a salvação eterna (céu), ou ainda uma purificação para que se possa entrar na felicidade eterna.

Juízo Final - Michelangelo
Eis aqui a grande importância de rezarmos pelos falecidos: pois os que morrem na amizade de Deus, mas ainda não estão totalmente purificados, passam por esta purificação final, que chamamos de Purgatório (cf. Cat. 1030-1031), para que possam atingir “a santidade necessária para entrar na alegria de Deus” (Cat. 1054). Desta purificação nos dá testemunho o próprio Jesus Cristo, ao dizer que aquele que falar contra o Espírito Santo não terá perdão “nem neste século nem no século vindouro” (Mt 12, 32), sendo que este “século vindouro” significa a eternidade. Todavia, após a nossa morte, não podemos adquirir mais nenhum mérito para a nossa salvação. Por isso, pela comunhão dos santos, isto é, pela comunhão de bens que existe entre a Igreja triunfante (no céu), militante (na terra) e padecente (no purgatório), é que nós – que ainda estamos no tempo oportuno para alcançarmos, por meio de Jesus Cristo, méritos de salvação – podemos ajudar os nossos irmãos e irmãs que sofrem no Purgatório, a alcançarem aquela santidade que necessitam para ingressarem no Paraíso.
Portanto, eis a recomendação da Santa Igreja, que “desde os primeiros tempos do cristianismo, venerou com grande piedade a memória dos defuntos” (LG 50): que oremos pelos fiéis falecidos, pois a “nossa oração por eles pode não somente ajudá-los, mas também tornar eficaz sua intercessão por nós” (Cat. 958). “Assim a oração de uma alma peregrina no mundo pode ajudar outra alma que se está a purificar depois da morte. Eis por que hoje a Igreja nos convida a rezar pelos nossos queridos defuntos e a visitar os seus túmulos nos cemitérios” (Bento XVI).


Assim, retomando a questão litúrgica com a qual iniciamos esta reflexão, é que podemos compreender melhor o significado desta Solenidade dos Fiéis Defuntos, que é o apelo da Igreja aos seus filhos para que não se esqueçam da ajuda que podem e devem prestar com suas orações – principalmente o Sacrifício Eucarístico, – esmolas, indulgências e penitência (cf. Comp. Cat. 211), àqueles membros do Corpo Místico de Cristo que já partiram desta vida para a eternidade. E para encerrar, vejamos este maravilhoso trecho de uma homilia de São João Crisóstomo, utilizada pelo Catecismo Romano para reacender em nós a esperança na Divina Misericórdia: “Se os filhos de Jó foram sacrificados pelo sacrifício de seu pai (cf. Jó 1, 5), por que deveríamos duvidar de que nossas oferendas em favor dos mortos lhes levem alguma consolação? Não hesitemos em socorrer os que partiram e em oferecer nossas orações por eles”.


“Que as almas dos fiéis defuntos pela misericórdia de Deus descansem em paz. Amém.”



INDULGÊNCIA PLENÁRIA
Concede-se indulgência plenária, aplicável somente às almas do purgatório, ao fiel que, além de confessar-se, comungar, recitar o Creio e rezar ao menos um Pai-nosso e uma Ave-Maria pelo Santo Padre:
1º Visitar devotamente o cemitério, a cada dia, de primeiro a oito de novembro, e aí rezar pelos defuntos, mesmo que só mentalmente;
2º Visitar piedosamente uma igreja ou oratório e aí recitar o Pai-nosso e o Creio, no dia da comemoração de todos os fiéis defuntos.
(cf. Indulgências: orientações litúrgico-pastorais)

Referências:


- Bíblia Sagrada (Editora Ave Maria);
- Catecismo da Igreja Católica;
- Compêndio do Catecismo da Igreja Católica;
- Constituição Dogmática Lumen Gentium, do Concílio Vaticano II;

- Discurso por ocasião do Angelus - 02/11/2008 – Papa Bento XVI (fonte: www.vatican.va)
- Liturgia das horas – Ofício dos fiéis defuntos
- Um Santo para cada dia (Mario Sgarbossa e Luigi Giovannini).

terça-feira, 11 de outubro de 2011

12 de outubro - NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO APARECIDA

Apresentaremos o Histórico e o Hino do Ofício das Leituras próprios da Solenidade de Nossa Senhora da Conceição Aparecida. Vale a pena relembrar a história da padroeira do nosso país, e rezarmos como filhos que confiam na Mãe de Deus e Nossa, a Senhora Aparecida:



Na segunda quinzena de outubro de 1717, três pescadores, Filipe Pedroso, Domingos Garcia e João Alves, ao lançarem sua rede para pescar nas águas do Rio Paraíba, colheram a Imagem de Nossa Senhora da Conceição, no lugar denominado Porto do Itaguassu.



Filipe Pedroso levou-a para sua casa conservando-a consigo até 1732, quando a entregou a seu filho Atanásio Pedroso. Este construiu um pequeno oratório onde colocou a Imagem da Virgem que ali permaneceu até 1743. Todos os sábados, a vizinhança reunia-se no pequeno oratório para rezar o terço. Devido à ocorrência de milagres, a devoção a Nossa Senhora começou a se divulgar, com o nome dado pelo povo de Nossa Senhora Aparecida.
A 26 de julho de 1745 foi inaugurada a primeira Capela. Como esta, com o passar dos anos, não comportasse mais o número de devotos, iniciou-se em 1842 a construção de um novo templo inaugurado a 8 de dezembro de 1888. Em 1893, o Bispo diocesano de São Paulo, Dom Lino Deodato Rodrigues de Carvalho, elevou-o à dignidade de “Episcopal Santuário de Nossa Senhora da Conceição Aparecida”.


A 8 de setembro de 1904, por ordem do Papa Pio X, a Imagem milagrosa foi solenemente coroada, e a 29 de abril de 1908 foi concedido ao Santuário o título de Basílica menor. O Papa Pio XI declarou e proclamou Nossa Senhora Aparecida Padroeira do Brasil a 16 de julho de 1930, “para promover o bem espiritual dos fiéis e aumentar cada vez mais a devoção à Imaculada Mãe de Deus”. A 5 de março de 1967 o Papa Paulo VI ofereceu a “Rosa de Ouro” à Basílica de Aparecida. Em 1952 iniciou-se a construção da nova Basílica Nacional de Nossa Senhora Aparecida, solenemente dedicada pelo Papa João Paulo II a 4 de julho de 1980.

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Ó mãe da nossa pátria,
escuta a nossa voz:
teus olhos compassivos
se voltam para nós.

Do teu amor materno
já temos a certeza,
porque te trouxe a nós
do rio a correnteza.


E todo o povo acorre,
de joelhos te venera:
sob o teu manto azul
ninguém se desespera.

Tu és nosso socorro
em nossas aflições;
guarda junto do teu
os nossos corações.

Ó Virgem sempre bela,
ó luz do céu descida,
sempre a guiar teus filhos,
Senhora Aparecida.

Louvor e honra ao Filho
que pela Virgem vem;
no Espírito és o brilho
do Pai eterno. Amém.





 

terça-feira, 4 de outubro de 2011

A vida de São Benedito


Apresentaremos aqui a vida de São Benedito. Não deixe de ler todo o texto para saber mais sobre este santo tão querido, que hoje, tanto tempo depois de sua morte, muito nos ensina a viver de acordo com ensinamento de Nosso Senhor Jesus Cristo.



Do nascimento à entrada na Ordem dos Eremitas
Benedito, Filho de Cristovão Manasseri e Diana Larcan, nasceu na Sicília no ano de 1526 (1524 segundo alguns historiadores). Era descendente de escravos trazidos da Etiópia para Itália.
 Sua mãe era muito devota do Santíssimo Sacramento e possuía extrema caridade para com os pobres. Seu pai, Cristovão, era bastante piedoso, muito dedicado a Deus e também ao trabalho.
Ao se casarem, seus pais fizeram um voto de castidade. O patrão deles foi quem os convenceu de gerarem filhos, com a promessa de que seu primeiro filho (e possivelmente também os demais) seria livre. Assim nasce Benedito, menino que desde pequeno despertava atenção em quem o observava, pois seu semblante era sereno e belo. Seus pais tiverem ainda outros filhos: Marcos, Baldassara e Fradella.
Benedito cresce de maneira muito humilde, sem estudos, porém não sem adquirir enorme sabedoria, que desde cedo aprendera de seus pais. Durante sua juventude, Benedito foi um zeloso pastor de ovelhas. Durante todo o tempo que exerceu este ofício, ele rezava o Santo Rosário com muita devoção enquanto pastoreava seu rebanho.
Quando tinha dezoito anos, após longo tempo de sacrifícios, Benedito conseguiu a quantia necessária para comprar uma junta de bois. Esta foi uma excelente oportunidade de arrecadar algum dinheiro para prestar sua ajuda aos pobres.
Certa vez, enquanto cuidava de seu rebanho, Benedito sofria zombarias por parte de alguns rapazes por causa de sua cor negra. Naquele mesmo momento, Frei Jerônimo Lanza, um piedoso eremita, viu aquela cena e repreendeu os rapazes exclamando: "Ah! hoje fazeis caçoadas e ridicularizais este pobre negrinho. Mas daqui a poucos anos vereis a sua fama correr todo o mundo!".


Pouco tempo depois, Frei Jerônimo Lanza passava novamente por aquela região e disse a Benedito: "Que fazes aqui? Vamos! Vende estes bois e vem comigo". Animado com o convite do religioso e disposto, já há muito tempo a doar-se totalmente a Nosso Senhor, Benedito deixa tudo o que possuía e ingressa na Ordem dos Irmãos Eremitas Franciscanos. Seus pais, tão piedosos que eram, não ousaram nem mesmo questionar a decisão de seu filho, não obstante a necessidade que tinham de que ele lhes ajudasse.

Vida Religiosa

Papa Júlio III
Conforme a autorização do Papa Júlio III, os eremitas professavam a Regra Franciscana. Todavia, além dos votos de pobreza, obediência e castidade, os eremitas possuíam ainda um 4º voto: o de vida quaresmal, segundo o qual jejuavam três vezes por semana, e levavam uma vida muito rigorosa. Após um período sem saber onde se instalariam, os eremitas estabelecem-se junto ao Monte Pellegrino, onde Frei Jerônimo iria falecer.



O Papa Pio VI, em 1562, cancelou a licença do Papa Júlio III à Ordem dos Eremitas, e ordenou que os eremitas procurassem algum convento da Ordem Primeira Franciscana.
Não sabendo em qual convento ingressar, Benedito recolhe-se em oração diante de Nossa Senhora, na Catedral de Palermo, e pede-lhe entre lágrimas, que lhe indique o caminho a seguir. Durante sua oração, ouviu a Virgem que lhe dizia: "Meu filho, é vontade de Deus que entres para a Ordem dos Frades Menores Reformados". Mais do que depressa, Benedito procura Frei Arcângelo de Scieli, guardião do Convento de Santa Maria de Jesus, por quem foi muito bem acolhido.
Catedral de Palermo atualmente

Poucos dias depois, os superiores decidem enviar Benedito ao Convento de Sant’Ana di Giuliana, onde faria um novo noviciado, pois embora fosse religioso há muito tempos, este ramo Franciscano era bem diferente do ramo eremita.

Três anos depois, seus superiores o convidam para retornar ao Convento de Santa Maria de Jesus, onde ficaria até a morte. Ali, na mais intensa humildade, exercendo o ofício de cozinheiro, Benedito se destacaria pelos inúmeros prodígios que Deus realizaria por meio dele.

Os milagres de São Benedito

Surgem os peixes:
Certa vez, durante o rigoroso inverno da região, os frades já não tinham mais alimento no Convento, pois viviam de esmolas e, por causa do inverno, não podiam sair para pedir doações. Todos os frades já rezavam insistentemente, pedindo a Deus o “pão nosso de cada dia”. À noite, Frei Benedito pediu ao auxiliar de cozinha que lhe ajudasse a encher d’água muitas panelas da cozinha, e se foram deitar. No dia seguinte todos puderam observar o milagre: as panelas estavam cheias de grandes peixes. Assim, todos se fartaram dos peixes que surgiram no Convento.

Refeição para o arcebispo:
Era a Solenidade do Natal de Nosso Senhor, e o Arcebispo, como de costume, foi visitar o Convento de Santa Maria de Jesus. Frei Benedito, como já dissemos, era o responsável pela cozinha, e deveria preparar um maravilhoso banquete para o Arcebispo e para todos os frades.
Ao participar da Missa da Aurora, Benedito, logo após a comunhão, fica a observar o presépio, maravilhado diante do Mistério do Deus-Menino. Os irmãos cobram dele que prepare a refeição, pois logo após a missa Pontifical o almoço deveria ser servido. Para a surpresa de todos, Frei Benedito entra em profunda contemplação e ali permanece durante horas. Após a missa todos os frades se desesperam. Mas suas preocupações transformam-se em profundo louvor a Deus quando encontram dois rapazes (que eram anjos) terminando de preparar um delicioso banquete.
Alimentos se tornam rosas:
Frei Benedito sempre se demonstrou extremamente preocupado com aqueles que tinham menos do que ele para sobreviverem. Portanto ele retirava alguns alimentos do Convento e os levava escondidos para os pobres. Certa vez, enquanto fazia o mesmo ato de sempre, o Superior do Convento questionou a atitude suspeita de Benedito: “Que escondes embaixo de teu manto, irmão Benedito?” Frei Benedito respondeu: “São rosas, meu senhor!”. Quando abriu seu manto, Frei Benedito deixou cair maravilhosas rosas, que quebraram as suspeitas do superior.

Uma criança volta à vida:
Nas proximidades do Convento uma carroça tombou, fazendo com que uma das senhoras que estava na carroça caísse sobre uma criança de apenas cinco meses de idade: a criança morreu asfixiada. Frei Benedito correu ao encontro da criança, tomou-a nos seus braços, impôs-lhe as mãos e rezou com muita fé. Entregou a criança à sua mãe e mandou que amamentasse a criança. Ao aproximar a criança de seu seio, tamanha foi a alegria daquela mãe ao ver seu filho voltar à vida.
        
Superior do Convento
Embora não fosse sacerdote e fosse analfabeto, Frei Benedito foi eleito, em 1578, Superior do Convento. A princípio ele recusou o cargo. Todavia teve que aceitar por obediência a seus superiores. Assumiu este ofício com total dedicação, observando de forma mais rigorosa as regras da congregação.

Tanto confiava na Providência Divina, que Frei Benedito deu uma ordem para que jamais se recusassem esmolas aos pobres que pedissem ajuda. Frei Benedito, como superior do Convento, sempre foi o primeiro nas virtudes e na obediência. Ele possuía o Dom da Ciência Infusa, pois, sendo analfabeto, ensinava a muitos teólogos religiosos sobre questões referentes à fé e à ordem. Todos que o ouviam ficavam admirados. Frei Benedito possuía também o dom de penetrar os corações.
Ao terminar o tempo de sua função como superior do convento, Benedito retornou ao trabalho de cozinheiro, o que lhe deixou muito feliz.

Morte de Frei Benedito
Em fevereiro de 1589, Frei Benedito adoece. Seu médico já havia previsto sua morte, mas Benedito afirmava com toda certeza que ainda não havia chegado a sua hora. Sendo assim, o humilde Frei teve sua saúde restabelecida. Todavia, em março, adoeceu novamente. Nada o podia aliviar. Disse então aos seus irmãos frades: "enterrem logo o meu corpo para que não tenham contrariedade".
Após receber o Viático, Frei Benedito teve uma visão, onde lhe visitaram Santa Úrsula e as onze mil virgens. Logo depois, disse para que acendessem a vela e lhe pusesse nas mãos. Tendo chegado a hora derradeira, Frei Benedito parte desta vida para a eternidade dizendo: "Jesus! Jesus! Minha Mãe doce Maria! Meu pai São Francisco". Assim morre Frei Benedito, aos 4 de abril de 1589.

Corpo incorrupto de São Benedito - Palermo, Itália


sábado, 10 de setembro de 2011

10/09/2011 - 50 anos da Inauguração da Capela de São Benedito - Capão da Imbuia

Hoje celebramos com grande alegria os 50 anos da criação da comunidade de São Benedito.





Histórico da Criação da Capela

Devido à dificuldade de atender ao povo da Paróquia de Nossa Senhora de Fátima que habitava no Capão da Imbuia, foi apresentada ao Arcebispo Metropolitano de Curitiba, Dom Manuel da Silveira d’Elboux, o desejo de se criar uma capela no Capão da Imbuia. Inicialmente o povo desejava que a capela fosse dedicada à proteção de Nossa Senhora, com um de seus títulos. Todavia isso não ocorreu, pois um casal, em 1960 (ano do Congresso Eucarístico de Curitiba), doou uma imagem de São Benedito ao Arcebispo. Esta ficou guardada na Cúria, com a decisão de dedicar a próxima capela da Arquidiocese a São Benedito.


Aos 16 de julho de 1961, foi realizada a 1ª reunião, com um pequeno número de jovens, para a construção da nova capela da Paróquia de Nossa Senhora de Fátima, que tinha como pároco o então padre Agostinho Marochi.
O então pároco da Igreja de Nossa Senhora de Fátima, e portanto primeiro pároco da comunidade,
Dom Agostinho Marochi.



O Dr. Arnaldo Camargo doou dois lotes para a construção da capela e, com um empréstimo, o povo conseguiu mais um lote. Assim, o terreno ficou em forma de “L”, com 26 m de frente, 44 m de profundidade, e 13 m de fundo.
No dia 18 do mesmo mês, realizou-se a primeira reunião com o povo. Esta, foi realizada dentro da pequena casa de madeira (8 m x 6 m) que ali havia (que depois seria a capela provisória). Por causa da grande quantidade de gente a casa “tremeu e quase desmoronou”.
Dois dias depois, foi nomeada a Comissão para a Capela. A saber: Senhores Drovepoly, Mario Gamba e Luiz Bochelso.
Dia 17 de agosto foi realizada a reunião preparatória para a Primeira Missa e Primeira Festa, onde foi instituída uma Comissão responsável.
No dia 24 de agosto, devido à grande aceitação do povo à Campanha das dez prestações, iniciou-se a reforma da casa.
Dia 07 de setembro, foi realizada mais uma reunião para a organização da Primeira Festa Material e Espiritual.
Aos 09 de setembro uma grandiosa procissão, com cerca de 2000 pessoas, parte com imagem de São Benedito da Igreja Matriz de Nossa Senhora de Fátima em direção à Capela do Capão da Imbuia. Cerca de 700 pessoas levaram velas acesas, e a procissão contou um maravilhoso foguetório. Alguns crentes fanáticos promoveram certa desordem na procissão. Todavia, apesar do mau tempo, o povo enfrentou o lamaçal, e foi uma estrondosa vitória dos católicos.
Assim, aos 10 dias de setembro do ano de 1961 de Nosso Senhor Jesus Cristo, Dom Manuel da Silveira d’Elboux, por mercê de Deus e da Santa Sé Apostólica Arcebispo Metropolitano de Curitiba, celebra a primeira missa na Capela de São Benedito. Na missa, cantou o coro dos meninos do Asilo de São Luiz.

O então Arcebispo de Curitiba, Dom Manuel da Silveira d'Elboux.


Após a missa, uma maravilhosa quermesse despertou uma “invejinha naquela ‘meia-duzia’ de crentes”. À tarde choveu e ventou. E por incrível que pareça, a inauguração da Capela foi contemplada com uma chuva de pedras.



Assim, surge a Capela de São Benedito no Capão da Imbuia, que seria capela da Igreja de Nossa Senhora de Fátima até o dia 04 de abril de 1968, quando Dom Manuel decreta a criação da nova Paróquia de São Benedito.


A todos os que fizeram e fazem parte desta maravilhosa história de serviço a Deus e à Igreja o nosso sincero agradecimento. E vamos continuar firmes trabalhando na construção do Reino de Deus, rumos aos 50 anos de Paróquia.

Glorioso São Benedito, rogai por nós que recorremos a vós!!!